Em grego a palavra ‘casa’ se traduz como ‘oikos’ - lembrando oka dos tupi guaranis - lugar onde se desenvolve a vida doméstica, onde as pessoas desfrutem de bem-estar... A longo do desenvolvimento da cultura ocidental, o latim e o grego se misturaram formando neologismos, sufixos, prefixos e raízes hibridas. Conhecer algumas dessas palavras esclarece sentidos mais originais e profundos.
Existe um sufixo grego ‘-umene’ e um similar latim ‘-ume’ (esse pouco usado) que reúnem a ideia ampla de ‘função’, ou condição, ao conceito mais concreto de ‘coletivo’, com intensificação: ex.: ‘cardume’: grande quantidade de peixes formando um conjunto, uma unidade. A palavra ‘oiko’, acrescida desse sufixo universalizador, forma a palavra grega ‘oikoumene’ de que, a partir do século quatro, deriva a palavra ecumênico.
Portanto, de acordo com a sua origem, o termo aponta a ampliação dessa cordialidade caseira, suscitado um convívio virtuoso em que predomina a amizade, pronau do amor, fundamento essencial e regente da verdadeira espiritualidade – não direciona para a formação de um pot-pourri reduzido, ou ‘esperanto’ de tendências doutrinarias. Portanto, ecumenismo, quando justamente compreendido, é um gesto de amizade que permite deslocar na periferia as divergências teleológicas e doutrinárias, colocando no centro, no coração, o que é essencial.
Demonstrar a aptidão de superar as divergências socioculturais, filigranas doutrinarias e políticas derivadas, num enredo central promovendo um convívio civítico e amizade cordial, uma universalização mística celebrando o sublime, é o fundamento da agremiação por nós promovida e simbolizado por uma oka.
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